Em abril o Goiás completou 74 anos de fundação. Para chegar até aqui, assim como todos aqueles que alcançaram grandes conquistas, o Goiás passou por desafios que foram fundamentais para transformá-lo, hoje, no maior clube de futebol da região. Entre eles, em 1965, o Goiás disputou o Torneio da Morte, jogo que mudou toda a história do Clube dos 33.
Naquele ano, o Goiás disputava o famoso Torneio da Morte, almejando fugir de um rebaixamento que poderia ter encerrado ali, apenas 22 anos depois de sua fundação, a história do clube. Mas, assim como relatou a manchete do Jornal O Popular do dia 15 de dezembro de 1965, um dia após a partida, “E o vento levou o Riachuelo”.
Donos das piores campanhas do Campeonato Goiano na temporada, Goiás e Riachuelo tiveram que se enfrentam na disputa pela permanência na Divisão Especial. O primeiro jogo, dia 11 de dezembro, no Estádio Pedro Ludovico Teixeira (Olímpico), terminou em 1 a 1.
Sobre o dia da decisão, um jogador guarda com carinho suas lembranças da partida, o goleiro Joel, que esbanjando carisma e com boas lembranças dos primeiros anos de Goiás Esporte Clube, contou à Tv Goiás, os relatos daquela partida.
“Até hoje não me entra na cabeça… No primeiro tempo eu joguei do lado da Paranaíba e o Riachuelo, no gol da 74. E no gol de lá deu um enxame de abelha. O goleiro não podia ficar lá debaixo de jeito nenhum, tinha que ficar quase na marca do pênalti. E nós enfiamos cinco no Riachuelo. Eu pensava que, no segundo tempo, eu ia ter que botar um “trem” na cabeça porque os bichos iriam me pegar, e nenhum apareceu na minha trave”, conta aos risos Joel.
Antes da partida, as duas equipes viviam em momentos de dificuldade, mas para o Goiás, quando a partida iniciou foi uma chuva de gols no adversário, ao todo, o placar terminou em 5 a 1, para o Verdão.
Outro jogador que teve o Torneio da Morte como um marco em sua carreira, foi o zagueiro Macalé. Promovido para o time principal para participar, pela primeira vez, de um jogo como profissional, ele relembra o ano de 1965.
“Se o Goiás perdesse, eu tenho certeza, poderia até surgir outra equipe com essa linha do Goiás, mas o Goiás Esporte Clube teria desaparecido”, complementou o ídolo esmeraldino, Macalé.
No ano seguinte, Macalé e Joel, fizeram parte da equipe que ergueu o primeiro troféu da história do Goiás: o Campeonato Goiano. Ato que, viria a se repetir por mais 25 vezes, sangrando o Goiás como o maior campeão do Estado, com 26 títulos.
Ficha Técnica
GOIÁS 5X1 RIACHUELO
Data: 14 de Dezembro de 1965
Estádio: Pedro Ludovico Teixeira (Olímpico)
Árbitro: Otoniel de Souza Diniz
Auxiliares: José Muniz Brandão e José Botosso
Renda: Cr$ 373.800,00
Gols: Marrom 14’1°T, Euripedes 24’1°T, Roberto Bim 29’1°T, Sinval 05’2°T, Marrom 14’2°T (Goiás), Fabinho 33’2°T (Riachuelo).
Goiás: Joel, Aleixo, Macalé, Japonês e Dias; Farrat e Pacuzinho; Euripedes, Sinval, Marrom e Roberto Bim.
Técnico: Paulo Lazaro
Riachuelo: Victor, Jaimir, Jacaré, Pita e Carlos Alberto; Elzevir e Fabinho; Babá, Odracir, Sete Léguas e Nelsinho.
Técnico: Ney Fernandes